tag:blogger.com,1999:blog-34240639454922801482024-03-13T14:15:17.800-07:00.Todas as Artes de Chico GuilCrônicas, contos e poesias ilustradas do escritor e artista plástico Chico Guil, de Prudentópolis-PR.Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.comBlogger255125tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-48629351691608866532015-10-05T15:48:00.001-07:002015-10-05T19:32:45.989-07:00O PATÍBULO DOS INOCENTES<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A pena de morte para corruptos tem sido um sonho cultivado por muitos justiceiros ao longo da história humana. No momento há um levante desses justiceiros na internet. Pena de morte já!!! Sim, os corruptos deveriam ser enforcados, esquartejados, guilhotinados e empalados no mastro da bandeira. Pois não há nada mais honroso que servir à população, porém muitos eleitos usam essa “honra” para roubar o leite das crianças, a merenda escolar, a casa dos miseráveis, os cursos técnicos que por causa da roubalheira acabam não sendo levados aos agricultores, etc. Sim, esses ladrões do patrimônio público não são dignos da nossa piedade. Vamos mandá-los todos para o paredão e tacar chumbo!</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Pare!</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Você já pensou como seria o Brasil após a instituição da pena de morte para políticos corruptos? Correria tanto sangue que daria para encher a represa do Cantareira e todas as cacimbas nordestinas. Os rios Tietê e Iguaçu tornar-se-iam pontos turísticos, viriam caravanas de todo o mundo para ver aquele lodo preto substituído pelo escarlate. Sangue, muito sangue dos corruptos correndo pelos nossos rios!</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas seria mesmo o sangue dos corruptos? Num país corrupto como o nosso, você acredita que seriam eles os condenados?</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Conta-se que no Japão, no Irã ou sei lá qual país a Leste do Meridiano de Greenwich, o político ladrão é fuzilado e sua família é obrigada a pagar a bala de fuzil que o matou. Mas naqueles países existe uma coisa que desapareceu faz muito tempo destes trópicos: a vergonha! Lá pros lados do Sol Nascente há uma coisa que eles chamam de honra. Talvez seja uma farofa que inventaram para si mesmos, mas o fato é que funciona, pelo simples fato de que eles acreditam nela! Quando um político rouba, sua família fica desonrada e somente sua morte fará limpar um pouco da sujeira. Mas no Brasil, na Itália e noutros países de origem latina, a honra e a vergonha foram enterradas há muito tempo.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Se você quer pena de morte, volte à França de Robespierre, 200 anos atrás. Naqueles anos a guilhotina se fartou de degolar inocentes em praça pública. Até que o principal mandante daquela “limpeza”, ou daquela chacina, também foi para o patíbulo. Sua cabeça rolou num cesto, junto com milhares de inocentes.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Você percebe o que aconteceria no Brasil, caso fosse instituída a pena de morte para políticos? Com nossos juízes corruptos, nossos desembargadores sem-vergonhas e nossos legislativos comprados, muitas cabeças iriam rolar, sim: as cabeças daqueles que não teriam dinheiro para comprar os juízes, os desembargadores, os promotores, os deputados, os senadores e os vereadores! Rolariam as cabeças daqueles que clamam pela verdade e pela justiça! Os políticos bandidos teriam muito prazer em eliminá-los num só golpe! Os corruptos, ladrões e todas as subespécies de bandidos da política assistiriam dos camarotes, especialmente construídos na praça para que eles se refestelassem com o espetáculo!</span><br />
<div>
<br /></div>
Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-19539339598932436332015-05-17T18:16:00.001-07:002015-05-17T18:29:49.491-07:00TODA MOEDA TEM DOIS LADOS E UMA BORDA<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Somente leio a Veja quando ela passa aqui pelos sofás, de
quando em quando, e já com atraso de semanas ou meses. Melhor assim. Lendo com
um certo distanciamento, a acidez e o veneno de suas páginas irrita menos as
minhas narinas.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Apenas hoje vi a edição de 21/janeiro/2015, na qual a
revista do PSDB eleva a herói o filósofo francês Pierre Bayle, que diz lá no
século 18 que “as religiões tentam destruir umas às outras pelo método da
perseguição”. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Há alguns trechos da Veja com os quais somos obrigados a
concordar. Quando fala de culinária, botânica e novela, por exemplo. Algumas
vezes também acerta em temas mais polêmicos, como este acima. Bayle realmente
foi um dos maiores lampiões no Século das Luzes e injustamente ignorado pela
posteridade. O problema é que na matéria citada, e em várias outras da edição
referida, a revista tenta provar que o “islamismo radical” é um mal em si
mesmo. Nasceu sem nenhum motivo, senão o de destruir tudo que não se refira a
Maomé.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Como tudo que Veja vende aos brasileiros, nesta edição ela
também só mostra um lado. Os tais radicais são maus e chega de conversa! Ora, isso não é radicalismo? </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Veja se mostra tão radical e violenta quanto alguns islâmicos radicais. O resultado de suas palavras-farpas só não resultam em sangue porque ninguém a lê fora dos escritórios e salas de espera de dentistas do Brasil! E num ou noutro sofá, como já foi dito!</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Nunca vi nesta revista uma matéria intensa e severa sobre o
papel dos Estados Unidos no Oriente Médio. Em 2003, pouco antes da invasão do
Iraque e da destruição de Bagdá pelos americanos, Veja mostrou em sua capa um soldado iraquiado
maltrajado e raquítico portando uma garrucha, e na mesma capa um super-herói estadunidense,
saudável, musculoso, carregando 100 quilos de armas e outros super-apetrechos em
suas costas, cintura e braços. Veja tirou casca dos iraquianos, mas os
iraquianos mostraram que “os Estados Unidos enfiaram a mão num vespeiro e agora
não conseguem tirar”, como disse em 2005 um dos maiores estrategistas militares
norte-americanos.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Veja finge ignorar que há um câncer instalado no Oriente
Médio desde 1946, quando USA e Inglaterra decidiram criar o estado de Israel. É
ali que se gera 97,49% do ódio árabe contra judeus e americanos. </span></div>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Com o poder (i)moral das bombas atômicas recém-deflagradas,
os vencedores da II Guerra podiam convencer qualquer país do mundo a ceder um
espaço de terra boa e fértil aos judeus. Assim como não foi difícil convencer
os árabes de que eles teriam de ceder aquele território. Mas por que escolheram
aquele deserto em vez de uma fazenda no Mato Grosso? Porque aquilo é a Terra Santa, como tanto
falam? Não! Pode ser que aquela terra tenha sido santa, mas hoje é duvidoso,
considerando todo o sangue ali derramado “em nome de Deus”. Mas o verdadeiro motivo
da escolha é que nessa região está o petróleo, e os USA necessitavam de um posto
avançado para suas forças armadas para poder controlá-la. A conversa religiosa, neste
caso, é conversa de vendedor. Por acaso ela também serve ao discurso dos judeus
que realmente têm fé e que acreditam ser aquele o único lugar em que podem viver. Serve também à vaidade perpétua dos fanáticos leitores da
Veja, que preferem o discurso fácil do “atiremos as bombas, seja lá contra quem
for, desde que parem de incomodar”, ao invés de virar a moeda para ver o que
tem do outro lado.</span>Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-61856320997358395652015-02-23T16:32:00.001-08:002015-02-23T16:35:56.164-08:00SE QUEREM LIBERDADE, DERRUBEM O DITADOR!<span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">Peço licença aos machos de plantão para fazer algumas considerações sobre o feminismo.</span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Tenho visto muitos homens criticando e/ou ironizando as feministas, e isso tem um motivo milenar: eles querem continuar no comando. Batendo nelas sempre que ficam nervozinhos, usufruindo de seus serviços, exibindo-as para os amigos, usando os mimos femininos para abastecer seu orgulho. Por outro lado, tenho visto um igual número de mulheres criticando/ironizando o feminismo. Preferem continuar subjugadas. Tudo bem, é problema delas. Mas não podem exigir que todas as mulheres sejam objetos de adorno, de trabalho e de sexo de seus machos. </span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">As feministas, por seu turno, dividem-se em várias facções. Há aquelas que gostariam de exterminar os homens, e após o advento da clonagem já vêem próximo a realização deste sonho. Odeiam os homens porque foram mal-amadas por eles, ou porque nunca conseguiram se aproximar de um deles, e baseiam esse sentimento nas más notícias sobre o nosso gênero. Essas mulheres foram traumatizadas em algum momento da vida, ou já nasceram azedas. Elas obterão a cura, mas antes terão de admitir que estão doentes. Sim, pois não há saúde em pessoas que desejam o extermínio de outras. Isso sempre será uma doença! </span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Mas há também as feministas que gostam de si mesmas, tanto quanto gostam dos homens. Lutam com todas as suas energias para estabelecer uma harmonia entre os gêneros, e têm sofrido um bocado nesse processo. Porque a maioria dos machos não quer harmonia alguma. Eles querem mostrar que são fortes, espertos, belos, indomáveis, ousados, livres e mais uma porção de coisas que cabem numa caixinha de fósforos — dessas coisas que podem ser queimadas e jogadas no lixo sem causar muitos traumas à natureza. Raros são os homens/machos capazes de olhar uma mulher e ver nela uma sua igual. Não nas formas, não no comportamento, não nos desejos, não nos sonhos, mas sim nos direitos. As mulheres feministas de mentes livres estão atrás desses homens que superaram o menino babão que passa a vida tentando mostrar o quanto é forte, esperto, belo, indomável, ousado e livre! Mas essas mulheres, para o azar delas e de toda a humanidade, são desunidas, e muitas vezes obedecem ao comando primitivo de competir entre si, e também de mostrar às suas amigas o quanto são fortes, espertas, belas, etc. Ocorre que o feminismo está em fase de pupa, ainda. Apesar de alguns machistas — homens e mulheres — afirmarem que o feminismo alcançou seu auge décadas atrás, percebo que as borboletas ainda não deixaram o casulo. Nós ainda não vimos as mulheres verdadeiramente livres, feito um bando de belíssimas monarcas, sobrevoando nossas cidades e reconfigurando as nossas praças. Elas ainda temem o sistema machista e ditatorial que vigora mesmo nos meios mais “democráticos” deste grande palco de mentiras. </span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Muitas acreditam que obtêm a almejada liberdade posando nuas. Mal percebem que estão somente fazendo o jogo perverso dos machos, que sempre sonharam despir um grande número de mulheres para seu próprio regalo. Com isso não quero dizer que as mulheres não possam ou não devam se despir e se mostrar. Mas o que tenho visto é mais algema que bandeira desfraldada.</span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Se quiserem rasgar as últimas sedas do casulo opressivo, as feministas do segundo grupo — as que gostam de homens e que admitem — devem partir para um confronto massivo, mesmo que venha a se tornar turbulento. Que se quebrem os ovos e que se faça de vez esse omelete, oras! Você não consegue liberdade dando agrados ao guarda da sua prisão. Muito menos mandando recados ao diretor. Quem quer liberdade precisa derrubar o ditador. Não há possibilidade de acordo, pois o ditador estará confortável em seu trono enquanto não for derrubado. </span><span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">É realmente isso que estou dizendo: as feministas precisam derrotar os machos, levá-los ao chão, fazê-los comer poeira suja, a mesma que os machos fizeram as mulheres comer pelos séculos dos séculos. Só então haverá uma chance de que esse grande contingente de orgulhosos abaixe o nariz e admita, de uma vez por todas, que homem e mulher são elementos indivisíveis de uma coisa só: a pessoa humana.</span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Mas como? Como vocês farão para derrubar o grande ditador? </span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Há centenas de métodos já testados por mulheres fortes, que conseguiram “conquistar” seus homens depois de levá-los ao chão e fazê-los comer poeira suja. Sim, pois você somente terá um homem de verdade depois de vencê-lo, usando sua criatividade ou copiando de outras que obtiveram sucesso. Talvez esteja na hora das mulheres conversarem mais sobre isso e menos sobre o que os homens prevêem como sendo o certo para elas.</span><br />
<div>
<br /></div>
Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-13995682028594321322015-02-09T11:34:00.003-08:002015-05-17T18:37:11.054-07:00AULAS CRIADAS<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Quando dei aulas no Ginásio Alberto de Carvalho, um pequeno grupo de
alunos passou a me visitar com assiduidade. Eles queriam saber coisas
extra-escola, então conversávamos sobre tudo, desde viagens à Lua, os movimentos
artísticos, os filmes, o rock, as garotas. Por falta do que fazer eu tocava
violão, eles ensaiavam um ou outro verso, um tanto tímidos. Depois eu lhes dava
pincéis e tintas, com o que desenhavam e pintavam as paredes do quarto. Ao
final daquele período letivo meu quartinho estava coberto com as mais bizarras
figuras feitas pela piazada.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Você pode pensar: em que um professor contribui deixando um aluno sujar
as paredes do seu quarto? Mas o que importa aqui não é o ato em si, e sim o
significado: o aluno entra no mundo do professor, está no seu nível, desenhando
suas paredes. A conversa não tem hierarquia, pergunta-se à vontade, até mesmo
aquelas questões jamais levantadas em sala de aula, como relacionamentos
familiares, namoro e dúvidas de toda espécie. A hipocrisia social não permite
que esses temas sejam debatidos na escola, mas nem por isso tais perguntas
deixam de incomodar os adolescentes. Se não houver um adulto para responder,
eles colherão suas respostas junto aos próprios colegas. E assim vão refinando
seus conceitos, até se tornarem preconceitos, que depois acabam sendo
utilizados para magoar uns aos outros.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Alguns anos depois, quando fui dar aulas de redação numa escola
particular, a minha primeira constatação foi a de que eu não sabia o que dizer
àqueles alunos. Fazia muito tempo não entrava numa sala de aula. Como nunca fui
de planejar o conteúdo das minhas aulas, vi-me com as mãos vazias. Um jogador
de futebol que passou anos fora dos gramados sabe o que é isso: quando vem a
bola, ele não sabe o que fazer com ela. Leva algum tempo para se sentir à
vontade e experimentar uns dribles.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Professores que seguem uma cartilha e dão sempre a mesma aula, têm uma
certa facilidade no trabalho diário com os alunos. O problema é que não mudam
nada e nada de novo acontece. Isso significa que passam pela vida dos alunos
sem alterar coisa alguma. É como se não houvessem existido. Quem se propõe a
dar aulas criativas enfrenta um desafio diário: o que farei hoje a fim de que este dia se torne inesquecível para os meus alunos?
É claro que nem mesmo o mais criativo dos professores conseguirá produzir aulas
inesquecíveis todos os dias, mas se ele estiver empenhado nisso certamente
emplacará algumas, e sua passagem pela vida dos estudantes terá um significado
especial. Alguma coisa nova aconteceu, algo se transformou na vida dos garotos,
mesmo que eles não tenham percebido imediatamente.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Naquela primeira aula de redação olhei a turma, com cerca de vinte
alunos, e me dirigi a eles com uma frase que ainda estava formulando em minha mente.
“Vamos começar com uma entrevista”, falei. “Quero que vocês juntem as carteiras
em grupos de dois”. Logo que eles fizeram esse arranjo dirigi-me aos alunos mais próximos. "Vocês dois, por exemplo. Você é o Charles Bronson e você é um repórter do New
York Times. Você faz de conta que é o famoso ator de Hollywood e você vai
fazer a ele todas as perguntas que lhe vier à cabeça. No final, quero que você
apresente o texto ao Charles Bronson para que ele possa conferir e verificar se os
dados estão corretos. Mas não esqueça, sua entrevista será publicada num grande
jornal, portanto, capriche. Entenderam como funciona? Agora quero que todos vocês
façam como falei. Escolham quem será o entrevistador e quem será o
entrevistado. Pode ser um cientista, um atleta, um político. Ou mesmo um
cidadão comum, que pode ser um lenhador, um dentista, um vereador”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">No primeiro momento os alunos ficaram aturdidos e sem iniciativa. Mas
como acontece nessas ocasiões de impacto, logo a poeira abaixou e eles começaram
a trabalhar. Foram tirados do seu sossego e convidados a produzir uma coisa
sua, com suas palavras, suas interpretações. É difícil! Mas inesquecível. De
repente eles descobrem que podem criar, fantasiar, tirar os pés do chão e
viajar a um mundo desconhecido dentro deles.</span></div>
<span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">Eu não poderia esperar que produzissem grandes entrevistas naquele
primeiro momento. Mas o burburinho que se instalou na sala significava que
estavam empenhados em cumprir a tarefa.</span></div>
Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-85481506873859690462015-01-28T17:34:00.000-08:002015-01-28T17:34:16.329-08:00NO TEMPO DAS DILIGÊNCIAS<h1 style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13pt; line-height: 150%; text-indent: 14.2pt;"> </span><span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13pt; font-weight: normal; line-height: 150%; text-indent: 14.2pt;">Se você é proprietário de uma frota desses
ônibus intermunicipais superconfortáveis, eu o convido para uma viagem de duas
ou três horas numa dessas maravilhas, para que você possa desfrutá-la
pessoalmente.</span></h1>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-size: 13pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Nos dias frios você terá a oportunidade de
entrar no veículo lotado, vindo da cidade vizinha, e sentirá com grande prazer
aquele bafo quente dos passageiros. Está ali o verdadeiro significado do calor
humano. As largas vidraças panorâmicas estão embaçadas com o hálito úmido dos
companheiros de viagem, que se mistura ao aroma delicioso que vem lá da
privada. Completando o coquetel aromático, um quê de naftalina, que procede de
algum local inespecífico, e a bergamota, o almíscar e o sândalo vencidos
misturados a várias nuances de suor antigo. Aquele ar gostoso fica circulando
de narina em narina. Ao longo da viagem elas vão trocando vírus e outras substâncias
ativas e benéficas à saúde, tornando a atmosfera cada vez mais densa, até que,
vencido pela rarefação do oxigênio, você dorme e sonha que acabou de estourar a
bomba atômica.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-size: 13pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Também há aquelas tardes de calor, em que a
gente entra no ônibus de camiseta, senta-se e dorme. Enquanto sonha que está
fazendo turismo no lixão municipal, o ar condicionado vai extraindo o calor
ambiente, vai circulando a fedentina de sempre, e quando você acorda parece que
está na Patagônia, gelado, o nariz coçando, preparando-se para a gripe do dia
seguinte. Enquanto isso, duas ou três crianças, nauseadas com a fragrância de
rosas do veículo, já estão enchendo os pacotes — ou o corredor, quando não dá
tempo de vomitar nos pacotes, e aí está feito o clima para a viagem no ônibus superconfortável
da sua companhia supermoderna.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-size: 13pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Obviamente, você dorme só depois que o filme
acaba. Porque nos ônibus supermodernos tem TV e filme de <i>serial killer</i>,
para que todas as crianças viajantes possam entender desde cedo de que madeira
são feitos os adultos. Isso quando não é filme de terror, para as crianças
perderem bem cedo o medo das pegajosas criaturas do Além. Você pode estar
cansado e aborrecido, querendo tirar uma soneca antes de chegar ao destino, mas
a telinha está instalada bem à sua frente, espalhando cultura americana,
mostrando o quanto o herói do FBI é competente cortando o fio azul sempre no
último instante para impedir que a bomba estoure no coração de Nova York. O
mocinho beija a mocinha, toca a música romântica e você tenta respirar
aliviado, mas não dá. Só se botar o nariz por dentro da camiseta. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-size: 13pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Perceba, amigo empresário, como tudo ficou mais
emocionante com toda essa tecnologia. E ainda tem gente com saudades daqueles
ônibus antigos, nos quais se podia curtir uma viagem silenciosa, abrir a janela
quando o vizinho ao lado estava com flatulência depois de comer maionese na
casa da sogra. Ou abria-se a janela apenas para sentir o vento no rosto quando
era verão. Agora, com as janelas fechadas, ou melhor, sem janela alguma, você não
é mais obrigado a dar adeuzinho para a família da esposa, senão através do
vidro. E aquela história de entregar um pacote de biscoito de última hora, ou
uma fotografia, uma lembrancinha, isso é coisa do passado. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-size: 13pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Depois de voltar para casa faça uma pesquisa.
Pergunte ao povo se prefere ônibus “convencional” ou com ar condicionado. Não
se preocupe, isso só vai dar consistência e justificar os últimos investimentos
da sua mega-empresa, pois há uma certeza muito bem enraizada no inconsciente
coletivo de que tudo que é moderno é bom. Poucos hesitariam em afirmar que
preferem o veículo com ar condicionado. Da mesma forma como, até há pouco
tempo, ninguém hesitaria em dizer que preferiria o elegante carpete em vez do
convencional e antiquado piso de taco. Até descobrirmos que o carpete é um
fantástico criadouro de bichinhos nocivos à saúde humana.<o:p></o:p></span></span></div>
<h2 style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-size: 13pt; font-weight: normal; line-height: 150%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></span></h2>
<br />
<h2 style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-size: 13pt; font-weight: normal; line-height: 150%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Os desconfortos da Civilização Facebook ultrapassam longe os
seus confortos. Pelo menos para um velho ranzinza como eu, que preferiria andar
de carroça e sentir os solavancos, a morosidade da viagem e o vento no rosto —
mesmo que fosse a “ventosidade emitida pelo ânus” do cavalo (Aurélio) — a
enfrentar esses longos corredores negros dentro de meu carro estofado, onde
respiro o pum intermitente dos bichinhos de lata, arrisco minha vida e encontro
centenas de semelhantes que não me dão sequer um adeus por trás de seus vidros
escuros.</span></span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 13.0pt; font-weight: normal; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></h2>
Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-2331092224264176202015-01-26T09:21:00.000-08:002015-05-17T18:41:52.760-07:00ABNEGADOS<span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">Começou com meu tio Michaelys, que trabalhava de saqueiro na cerealista de meu pai. Exímio pescador, gostava da arte da pesca. Mas quando ia conosco aos acampamentos de pescaria raramente descia ao rio. Permanecia no local do pouso, arrumando a barraca, limpando a área e preparando o almoço. Quando voltávamos do rio, contando as mil e uma valentias e vantagens que obtivéramos uns sobre os outros, tio Michaelys já estava com tudo arrumado. O cheiro do churrasco impregnava o acampamento e tudo estava perfeito. Ele também sabia preparar um saboroso tutu de feijão, com que enchia nossas panças necessitadas de energia para mais uma tarde de aventuras.</span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Apesar de toda a grita dos valentes pescadores — que se entretinham contando as imperícias uns dos outros e as vantagens de si mesmos, o que significava menor e maior capacidade para manejar um barco a remo, menor ou maior destreza ao lançar um molinete, menor e maior habilidade para fisgar um piau ou um mandi — eu percebia que o mais que conseguíamos traduzir, além da nossa evidente infantilidade, era aflição. Um desejo de provar a todo instante o quanto éramos poderosos perante a fraqueza e a inabilidade dos outros. Mas havia entre nós aquele que a tudo observava, e que sobre todas as coisas mantinha um sorriso de plena satisfação. Não havia manejado o barco e o molinete, não havia pescado nada, não havia contado nenhuma vantagem, mas estava absolutamente seguro de ter feito a coisa certa. Tio Michaelys entregava o melhor de si para que nossa turma pudesse se divertir com aquilo que sabíamos fazer de melhor: valentias, trapaças e gabolices.</span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Nos anos seguintes encontrei outros como meu tio, aqueles que lavam a louça da churrascada enquanto os outros jogam baralho e mostram o quanto são homens. Também encontrei aqueles que se entregam a causas perdidas, enquanto outros aproveitam a perdição da causa para obter grandes lucros. Então compreendi que a entrega põe vida às nossas almas egoístas e enferrujadas. Todos os nossos problemas desaparecem enquanto lavamos a louça e os outros disputam o melhor pedaço da sobremesa. Muitos abnegados cidadão, que lutam pela justiça e que nunca irão a Dallas gastar dólares obtidos na ilegalidade, estarão plenamente satisfeitos consigo mesmos, enquanto os homens-guris passam a vida se ferindo para mostrar o quanto são fortes e espertos!</span><br />
<div>
<br /></div>
Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-12780382321619989042015-01-18T15:27:00.001-08:002015-01-18T15:27:35.332-08:00O MERCADOR DE VENEZA E AS LEIS DA INDONÉSIA<div class="titulo" style="background: white; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<span style="background-color: transparent; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 13.5pt;">Não gosto de pensar que os antepassados possuíam soluções melhores
que as nossas. Mas às vezes precisamos voltar a Alexandre Magno, ou a Shakespeare,
para descobrir onde está o nó que travou nosso crescimento ético e espiritual.</span></div>
<div class="texto" style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 15.0pt;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Quando o conquistador macedônio cortou o nó górdio, não estava
somente encontrando uma solução inusitada a um problema difícil. Estava abrindo
a possibilidade de retroceder, sempre que necessário, a um estado selvagem,
onde a lei se torna apenas uma palavra. Havia um enigma a ser decifrado, criado
como elaboração do espírito, como cultura. Sentindo-se incapaz de desvendar,
pela inteligência, destruiu o mistério com sua espada. Uma brincadeira de
imperador, que tudo fazia para a felicidade dos súditos, mas as repercussões
foram dramáticas.<span class="apple-converted-space"> </span><br />Talvez sejam poucos os conquistadores que realmente conheceram a
história de Alexandre, mas temos visto, ao longo de “nossa história humana”,
muitos deles usando a espada, antes da inteligência. Incapazes de imaginar
soluções pacíficas, inteligentes e éticas para desfazer o nó, enviam navios,
aviões, bombardeiros, e destroem cidades e países.<br />Shakespeare também ensina, com seu “Mercador de Veneza”, por que
países como o Brasil não conseguem encontrar o caminho da paz. O personagem
judeu da história havia conquistado o direito de tirar uma lasca do corpo do
mercador, após uma aposta perdida por este. Embora parecesse absurdo e
desumano, o credor queria exercer seu direito, e sabia que o Estado,
representado neste caso por seus juízes, não o impediria, pois perderia o
respeito da população. Era mais desejável um Estado conivente com uma crueldade
legalmente praticada, que um Estado generoso e frouxo, incapaz de respeitar
suas próprias leis. O mercador estava na praça, o judeu já afiava a faca e se
lançava impiedoso para colher seu naco de carne, mas acabou sendo obstruído
pelo gênio retórico de Shakespeare.<br />Em algum momento da história humana brasileira, algum dos nossos
estadistas abriu as comportas para a ilegalidade, e depois disso, como
controlar a turba furiosa? Ou, talvez, desde o início da colonização, nenhum
estadista mostrou-se disposto a fazer valer a lei neste país, por isso já nascemos
corrompidos, brutos e selvagens.<span class="apple-converted-space"> </span><br />Confesso que sempre fui avesso a leis. Prefiro viver como um
selvagem que programa a vida ao seu bel prazer (ainda que submisso às “leis do
mercado”). Mas noto que a maioria da população gostaria de viver o conforto de
um Estado Legal, onde todas as leis fossem realmente cumpridas. Mas quando os
juízes deixam de efetivar a prisão dos congressistas corruptos, dos empresários
ladrões, dos executivos desonestos, ou mesmo da delicada mocinha que planejou o
assassinato dos próprios pais, o Estado perde sua moral e ninguém mais precisa
respeitar a lei. As anticonstitucionais e vergonhosas “praças de pedágio”,
instaladas contra as regras da nossa Lei Magna, são outro exemplo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="texto" style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 15.0pt;">
<span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">O
chefe de estado da Indonésia talvez não tenha lido Shakespeare. Mas ele sabe que não pode
permitir que seu país se transforme num Brasil, burlando a lei local para ficar de
bem com governos externos. Se o fizesse, os indonésios teriam perdido o
respeito pelas suas instituições, como já ocorreu no Brasil! Não respeitamos mais os juízes e os parlamentares, porque muitos de seus antecessores foram frouxos, ou foram corruptos e ladrões. Será um trabalho duro reverter esse quadro em nosso país. Quanto à morte de Marco Archer, não é nada para se comemorar. Mas ele assumiu o risco de morrer, burlando a lei de um país que, ao que parece, gosta de respeitar as próprias leis.</span></div>
Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-22480413465541484842015-01-11T11:06:00.000-08:002015-01-11T15:58:33.822-08:00DESASTRE PÚBLICO<div class="MsoNormal" style="margin: 1.2pt 0cm;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Falei durante dias do fabuloso passeio que
faríamos. Um local incrível, repleto de animais do mundo todo, aves magníficas,
um grande lago recortado de lindas passarelas. Meu filho estava
entusiasmadíssimo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 1.2pt 0cm;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Preparamo-nos para um dia especial, uma tarde de
sábado. Mas o que encontramos foi um desastre estético instalado no centro da
capital paranaense. O fabuloso Passeio Público!, que poderia ser um excelente
local de visitação e de convívio, como já foi. Mas nota-se que faz décadas está
abandonado. Talvez porque por ali passam quase somente os menos favorecidos da
cidade, pessoas pouco exigentes! As vielas foram esquecidas, as calçadas
esfarelam com as intempéries e o trânsito das poucas pessoas — mesmo nos
sábados mais ensolarados, quase não se vê crianças no Passeio! Bêbados
descansando sob as árvores, às pencas. As jaulas estão sujas, os pavões
perderam os rabos, a gralha azul já está quase cinza! O antigo luxuoso hotel
das serpentes e dos lagartos encontra-se às traças, à poeira e aos besouros.
Sujo, mal iluminado, velho e descuidado. Há quantos anos não limpam aqueles
vidros? Dá para perguntar como aquelas cascavéis e jiboias se mantêm vivas?
Quando vem o guardião e começa a fechar a porta — sem pedir licença aos
visitantes — a sala vai escurecendo, pois não há lâmpadas a iluminar o local. O
aquário também sofre e o cheiro é igualmente nauseabundo. Nas gaiolas das aves,
quanta pena! Os guarás e os flamingos já quase perderam a cor. Somente parecem
saudáveis os sabiás e as rolinhas, que passam pelos furos dos viveiros para
roubar o escasso alimento. Mesmo o brilho do faisão e das araras não justifica
que se mantenham naquelas prisões. É um lamento só o canto dos pássaros
prisioneiros. Acrescente-se que uma das passarelas encontra-se trancada,
enquanto a água do lago apresenta manchas de óleo e sujeira de toda espécie.
Mas tudo isso parece indiferente ao imponderável biguá — que parece ser o único
da sua espécie a sobreviver neste universo esquecido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 1.2pt 0cm;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Embora eu o chamasse a todo instante para ver
aqueles animais desnutridos e desanimados, meu filho preferiu brincar no parque
feito de brinquedos enferrujados. Como a máquina de fazer sorvete italiano está
pifada, ele se conformou com um Chica Bon! Depois apanhamos uma bolinha de
borracha na máquina da velha lanchonete — quem lembra de dar uma passadinha Lá
No Pasquale? E finalmente dissemos adeus ao local, sem nenhuma saudade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 1.2pt 0cm;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">O Passeio Público de Curitiba não existe para a
municipalidade, é o que sobressai. Um local outrora nobre, irrigado, amplo e
bem arborizado, merece um projeto vigoroso de revitalização. Sem os bichos, que
podem ser levados a locais mais agradáveis, como a floresta! Mas quanta coisa
bonita, criativa e refrescante pode ser feita ali! Inclusive um palco para
pequenos shows teatrais! Arquitetos e outros artistas de toda a cidade devem
ser chamados para recriar e ornamentar este local, que ainda é público! Para
ser bem aproveitado pelas pessoas e por todos os pássaros e borboletas que
apareçam voluntariamente! Aliás, num <i>tour</i> de meia hora, não vi
ali nenhuma borboleta. Porque o Passeio quase não tem mais flores!</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-19379644346775965812015-01-09T17:02:00.004-08:002015-01-09T17:02:41.706-08:00O AMOR NOS TEMPOS SEM CÓLERA<div class="MsoNormal">
<span style="color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">O
relato é trivial, mas traz em anexo uma realidade profundamente triste. Mais de
uma vez, em minha cidade, ouvi rapazes dizendo que pretendiam se casar para
poder transar com a namorada — um deles já foi vereador e é atualmente um
respeitável comerciante.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="line-height: 115%;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Nesses
casos o casamento configura-se uma crueldade sem tamanho. A moça quer se casar
porque acredita ter encontrado o seu príncipe, o seu amor! Mas o rapaz só quer
um bocado de sexo e encontra no cerimonial a chave para o objeto desejado.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Muitos casais descobrem na cama suas
incompatibilidades. Mas a sociedade não permite que se deitem juntos antes da
sua chancela. Os noivos poderiam descobrir que o “amor” é uma paixãozinha de
nada, que desaparecerá ao primeiro contato físico mais intenso. Mas a sociedade
tem suas leis, e ai daqueles que ameaçam rompê-las!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="line-height: 115%;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não
há criação mais bela, aos olhos de um homem, que um corpo de mulher. Aos olhos
de uma mulher, idem! A mulher bela descobre bem cedo — olhando no espelho ou
colhendo elogios — que suas linhas foram desenhadas com esmero pelo artista
sobrenatural. A partir de então, poucas bonitas escapam à tentação de dedicar
cada minuto do dia à adoração, melhoramentos e conservação da própria beleza. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="line-height: 115%;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não
há razão para se pensar que a mulher bela é naturalmente <i>burra</i>. Sua ignorância dos conhecimentos básicos escolares —
desconsiderando aquela parcela de belas-cultas-poderosas — deve-se quase sempre
ao fato de passar a vida olhando para si mesma, em vez de olhar os livros. E
com isso consome sua existência, até o instante da descoberta inevitável: o
tempo passou e a beleza se foi! <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="line-height: 115%;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A
partir desse momento trágico, as que pescaram maridos ricos vivem na folga e
podem conservar o charme por mais alguns anos. Mas aquelas que trabalham duro
terão de encontrar novos caminhos para justificar sua passagem terrena. Nisso
se assemelham à maioria dos homens: vivem com os pés na terra, a grande fonte
de conhecimento!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="line-height: 115%;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Quanto
ao homem que se deixou seduzir pela jovem bela, dizendo-se apaixonado por ela,
terá de buscar novos argumentos para justificar o amor. O que era mesmo o amor?
O desejo de estar com ela, na presença daquele mimo, daqueles traços
irretocáveis, daquela pele de pêssego!? Mostrar para os amigos aquela conquista
fazia parte do pacote do amor. Deleitar-se com aquela figura graciosa tirando-lhe
as roupas, usufruir daquela deusa magra e consistente, sentir o seu calor,
experimentar o seu sumo, morder a sua carne cheirosa! Era isto o amor? Mas e
quando toda a beleza desaparecer? Se ela ficar velha e feia, será igualmente
amada? Essa é uma pergunta que corre o mundo desde o tempo dos faraós, e os
homens estão sempre fugindo dela. Pois todos sabem que a resposta é uma
bofetada na sua estrutura moral! <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="line-height: 115%;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sabemos
que raríssimos homens permanecerão ao lado de uma mulher doente, velha e feia sem
um sentimento de fracasso. Talvez alguns consigam obter o mesmo prazer daquela
presença, se a pele da mulher amada estiver descorada, seus dentes amarelados,
os cabelos ressequidos e quebrados, a tez manchada, as pernas alteradas e
trôpegas, a gordura acumulada em todos os hemisférios. O mesmo desejo de
abraçá-la, o mesmo ímpeto de contar a ela as novidades, a mesma vontade de
fazer uma viagem e construir uma casa de praia num paraíso tropical! Será isso
o amor? Teremos de chegar ao extremo oposto do “casal perfeito” para entender
que realmente nos amamos?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="line-height: 115%;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Somente
os velhos sabem, porque o tempo passou e o amor já concedeu todas as provas.
Amar uma moça bonita é fácil. Mas não é amor de verdade, é somente desejo e
vaidade, com raras e belas exceções. A conquista da jóia nos empresta o seu
brilho, da fruta o seu sabor. Quando o brilho e o sabor tiverem desaparecido
restará a brisa e o vento tempestuoso no coração daqueles que de fato se amam.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="line-height: 115%;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Um
amor de verdade, sim, eu o vi muitas vezes. Naqueles velhos que andam pelas
calçadas da minha cidade, que param de quando em quando para mostrar nos
jardins da vizinhança os tufos de flores. Ela se abaixa para afagar a cabeça de
uma cachorrinha fofa, depois se levanta e abraça-se ao velho, que torna a apanhar
a sua mão. Depois seguem sem medo das horas que se dissipam.</span><span style="color: #c4bc96; font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-88957012883556005962015-01-08T12:40:00.000-08:002015-01-08T12:40:26.334-08:00CARETAS DA CAPA<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Revistas ruins publicam fotografias feias de seus desafetos
políticos e imagens bem produzidas dos políticos que as patrocinam. Essa
estratégia é antiga e deveria ser banida do jornalismo mundial, pois evidencia
a indesejável e injusta parcialidade. Mas pior que tudo: ela esconde a verdade.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Analise todas as fotografias de políticos publicados pela
revista Veja e note com que persistência ela utiliza fotos de Lula e Dilma fazendo
caretas, enquanto Aécio, Serra, Alckmin e FHC sempre estão em poses angelicais.
Você acha que essas imagens retratam a realidade? Lula e Dilma são naturalmente
maus, incapazes de fazer uma expressão terna, delicada, ou ao menos neutra? E
os outros, nunca fazem caretas? </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mesmo quando navegamos em águas calmas e salubres, no
decorrer do dia fazemos centenas de expressões que ficariam muito feias numa
capa de revista. Ao fotógrafo só resta aguardar o instante para abrir o
obturador. Deve ser uma delícia chegar na redação gritando: — Veja, chefe,
quantas caretas da Dilma capturei hoje!</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Os fotógrafos da Veja que cobrem eventos do governo mantêm o
dedo pronto para clicar o menor sinal de contrariedade no rosto da presidente.
Mas quando há matéria de capa sobre os políticos do PSDB, tem salão, maquiagem,
unhas, pankake — se necessário um pouco de ruge e batom, por que não? — e
sessão de foto em estúdio. </span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Revistas como a Veja estão certas em manter a estratégia. A
grande maioria de seus leitores ainda acredita em contos de fadas, como acredita
nas imagens das capas. Infelizmente para a revista, pouca gente lê suas
matérias!</span></div>
Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-82986611938392667462015-01-07T16:43:00.002-08:002015-01-07T16:43:37.582-08:00EM HONRA AOS MORTOS DA ILHA DA ILUSÃO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0LeKes4wkbWeEWe8zBg2KGk2MAoVuxfGkZXcgBqIAnshiMmLAomKKLlitzqkxaZPki6MaPEcRykhW0mNqppt26vO_17YX4eBQxaKjpDX1ZUMt-pjG8afuWbJYnWNFarQrZ2dZjXkTiujU/s1600/Cerebro+pintura.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0LeKes4wkbWeEWe8zBg2KGk2MAoVuxfGkZXcgBqIAnshiMmLAomKKLlitzqkxaZPki6MaPEcRykhW0mNqppt26vO_17YX4eBQxaKjpDX1ZUMt-pjG8afuWbJYnWNFarQrZ2dZjXkTiujU/s1600/Cerebro+pintura.jpg" height="227" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Pessoas são assassinadas aos montes, todos os dias. Os
locutores dos telejornais juntam tudo num pacote e noticiam em forma de estatísticas. Mas toda vez que
morre um jornalista assassinado a imprensa promove um drama que faz estremecer até
os últimos barrancos da nossa sensatez. Metade do horário dos telejornais é
tomado pelas declarações dos órgãos internacionais ligados à imprensa. Resta
saber por que esses órgãos não se manifestam para nos contar os crimes
cometidos pela imprensa ao redor do mundo. Os conluios com bandidos, a
rapinagem política, a blindagem dos milionários-ladrões-patrocinadores. A
imprensa deveria ir à imprensa revelar por que busca manter a população à
margem da verdade. Pois a imprensa com certeza sabe qual é a verdade de cada um dos
fatos noticiados. Somente anos depois a verdade
apodrece no fundo do lodaçal, estufa, emerge e explode, como vemos emergir e explodir toda
hora as verdades escondidas de décadas atrás!</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Igualmente inexplicável é o silêncio da imprensa quando o
presidente norte-americano vai à imprensa solidarizar-se com jornalistas
assassinados, dizendo que foi um atentado contra a liberdade. Os soldados sob o
comando desse homem matam inocentes todos os dias, muitas vezes matam em massa,
crianças, jovens e velhos. Quando um único órgão de imprensa deste mundo vil
publicará numa página de revista ou de jornal que os Estados Unidos cometeram
um ato terrorista? Alguém, algum dia, viu uma notícia dessas?</span></div>
Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-11349669507722984472014-12-05T10:44:00.000-08:002014-12-05T10:47:04.690-08:00O NOBEL DA GUERRA <div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify; text-indent: 18.0pt;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span class="apple-style-span">Henry Kissinger
participou da cúpula do governo norte-americano durante um longo período, que
abrangeu inclusive a guerra do Vietnam. Foi considerado criminoso de guerra,
por sua participação em golpes de Estado no Chile, no Uruguai e no Timor. Em
1973 recebeu o prêmio Nobel da Paz por sua</span><span class="apple-converted-space"> </span><span class="apple-style-span">luta em favor do fim da guerra
do Vietnam. </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify; text-indent: 18.0pt;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span class="apple-style-span">Estrategista
político dos mais cultuados nos Estados Unidos e em redor do mundo, Kissinger
representa o que há de mais sofisticado numa</span><span class="apple-converted-space"> </span><span class="apple-style-span"><i>alma negra</i>, para quem o sangue de inocentes não passa de moeda
barata. Quando percebeu que o Vietnam não concederia aos USA mais que um final
inglório, aconselhou a retirada dos heróis. Os representantes da Academia
ficaram sensibilizados e lhe deram o maio prêmio concedido a um cidadão por
suas iniciativas humanitárias!</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify; text-indent: 18.0pt;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span class="apple-style-span">Desde que Obama
assumiu o governo dos USA, muitos inocentes morreram ao redor do mundo pelas
metralhadoras dos heróis. Ainda assim, a grande imprensa mundial acha
conveniente propagar que “terroristas foram eliminados”, em vez de que
“cidadãos foram assassinados”. Finge não saber que os lutadores sempre são
heróis para a classe que representam, e com isso justifica todos os massacres,
relegando a morte de civis à mera estatística, ou</span><span class="apple-converted-space"> </span><span class="apple-style-span"><i>déficit de guerra</i>.</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify; text-indent: 18.0pt;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span class="apple-style-span">Obama apóia tudo
isso, e com isso foi laureado com o Nobel da Paz. Em conversa num dos mais
populares programas de entrevistas norte-americanos, afirmou que os heróis
continuarão no Afeganistão por tempo indeterminado, até a</span><span class="apple-converted-space"> </span><span class="apple-style-span"><i>eliminação total do inimigo</i>. Ou seja, na mesma semana em que recebeu a notícia do
Nobel, confirmou sua disposição em continuar matando pessoas mundo afora. Não
sabe quem são, não conhece suas famílias, nunca olhou nos olhos dessas pessoas.
Mas sabe que são inimigos dos USA, por isso devem e vão morrer.</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify; text-indent: 18.0pt;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Os massacres imputados ao governo
norte-americano durante o governo Bush são crimes do governo americano, antes
de serem crimes do cidadão Jorge Bush Filho. Obama é, acima de qualquer coisa,
representante de um governo criminoso, que deveria ser punido pela morte de
milhares de inocentes, em vez de ser premiado pelos milhares de inocentes que
talvez deixará de matar.<o:p></o:p></span></div>
<span style="color: #b6d7a8;"><br /></span>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify; text-indent: 18.0pt;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: #b6d7a8; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Pelo mesmo motivo
pelo qual a palavra herói tornou-se um palavrão, o prêmio Nobel da Paz pode
hoje ser considerado uma coisa abjeta, vil, podre. Representa o que há de mais
insano e hipócrita na sociedade humana.</span></span><o:p></o:p></div>
Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-84466849839563150872014-09-15T13:15:00.004-07:002014-09-15T13:15:46.882-07:00SEM ISONOMIA VIROU FOLIA<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #37404e; font-size: 12.0pt;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">Há um tremendo vazio a ser preenchido, nos mais
diversos setores da administração pública do Estado do Paraná. Os novos
deputados deverão apresentar novas ideias, acima de tudo. Igualmente, deverão
apresentar novas atitudes perante o Executivo. Devemos lutar pela isonomia dos
poderes, sempre e apesar de todos os fracos que povoam a ALP.</span><br />
</span><span style="background: white;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Alguns me perguntam o que vou fazer<span class="apple-converted-space"> </span><span class="textexposedshow">(se eleito
deputado estadual) naquele balaio de gatos chamado Assembleia Legislativa do
Paraná. Não sei se é um balaio de gatos ou de marrecos, mas sei que a ALP
tornou-se uma instituição nada respeitável nos últimos anos. A maioria dos
deputados age como os vereadores de uma certa cidade da região Centro Sul
paranaense, que vivem sob a sola do sapato do prefeito. Um bom deputado cria
bons projetos, que se tornam atraentes para o Executivo estadual. Um bom
deputado apoia o governo quando este propõe obras de interesse popular. Mas um
bom deputado vota contra obras impopulares. E um bom deputado sempre encontra
cerca de 10% a 15 % de colegas que pensam e agem como ele.</span><span class="apple-converted-space"> </span><br />
<span class="textexposedshow">Afirmamos todos os dias que "a política é
suja". Mas não podemos esquecer que na política há também pessoas que nela
entram para tentar resolver as coisas, para fazer o que é preciso ser feito. Se
não fosse assim, ainda estaríamos vivendo nas cavernas. Devemos admitir que
muitas obras já foram realizadas por diversos governos, apesar de todas as
denúncias de corrupção e roubalheira.</span><span class="apple-converted-space"> </span><br />
<span class="textexposedshow">Como deputado estadual, contarei com cinco ou seis
colegas, a quem darei apoio, e que me apoiarão. Haverá outros quinze ou vinte
com quem será possível conviver, e até entrar em acordo. Com o restante será
difícil. Mas nem por isso estarei engessado. Porque um deputado não é somente
um provedor de recursos para os municípios de sua influência. Ele pode e deve
ser um PARLAMENTAR, um meio entre o governo e o povo. E um bom parlamentar
sabe, antes de tudo, que "o poder emana do povo" e que sempre
continuará emanando. Não poderei fazer um bom mandato sem esse poder popular.
Contarei com o apoio das lideranças do meu município e das vizinhanças que
queiram somar comigo, no planejamento de médio e longo prazo para um
desenvolvimento mais pensado, mais criativo e mais ousado.</span><span class="apple-converted-space"> </span><br />
</span><span class="textexposedshow"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">(CHICO GUIL - candidato a deputado estadual -
43003)</span><o:p></o:p></span></span></span></div>
Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-80292150422611308002014-09-06T15:12:00.001-07:002014-09-06T15:14:52.017-07:00TEMPO DE FORÇA<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">A Natureza possui elementos de força, como as tempestades,
as cataratas, o raio, as marés, os ventos. No equilíbrio dinâmico das estrelas
e dos planetas, é a força que mantém o controle. Mas os instrumentos de
transformação da Natureza são mais sutis. Tudo começa no mínimo, que se
avoluma, toma corpo e se apodera. As tempestades, as cataratas e os raios só
acontecem porque houve a suave evaporação das águas. Os ventos, mesmo os mais
fortes, acontecem como consequência de mudanças inicialmente mínimas de
temperatura entre os polos e os trópicos. As marés ocorrem pela invisível interferência
da Lua nos oceanos.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Os homens nascem e morrem como consequência de alterações
sutis dos hormônios, das células, dos tecidos. A vida se expande
silenciosamente, se reproduz e se extingue, sem explicações e sem arrogância. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Mas a mente humana veio perturbar o equilíbrio das coisas.
Criou mecanismos para uma vida mais livre e confortável. Mal sabia eu estava
projetando uma situação global de estresse e desconforto. A mente humana nunca está
confortada, precisa criar mais, produzir mais, sentir mais, comer mais, vencer
mais! Raros são aqueles que se dão à contemplação, ao usufruto da vida. Poucos
sentem o sabor do morango, da manga, da carambola se desmanchando na boca. Vejo
naqueles jantares especiais, a mesa posta, tão bonita, tão apetitosa, a fome
impera, estão todos excitados pelos aromas que evolam da cozinha. Mas quando
enchem os pratos e atacam a lasanha, o boi, a maionese, estão todos falando ao
mesmo tempo, contando os progressos da semana, o novo plano de pagamento da
TIM, a nova contratação do Jurubeba Esporte Clube...</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">A força da informação está nos empurrando para o abismo da
mais completa idiotia. Não sabemos mais classificar o que é realmente
importante para as nossas vidas. Porque todas as informações se impõe como
importantes. Anjolina Jiló comprou um anel de pedra-sabão em Cingapura, o
jogador de basquete caiu da ponte, o apresentador do JN pisou no tomate, o
Neymar quebrou a perna! Tudo isso é muito forte! Mas a Natureza continua
tecendo, cuidando das nossas células, da nossa reprodução, da nossa vida,
tramando para fazer retornar o equilíbrio, tentando nos devolver a saúde roubada
pelas noites insones, pelas pizzas, pelo uísque, pelas dívidas...</span></div>
Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-86253811881811493002014-09-06T14:36:00.002-07:002014-09-06T14:36:15.019-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj593J7Ub5uV9fGdZBRU1pAPSaa_NcvLtOg0wGVU69YqTQ8aEgjzt5kDlAjZT4NAG1nO8MGP3hgoJdQo5EsqolySGmFz61B0r_6VIqgsYwtzPmkQ9o5j4EM6kNQLFkLJeCHwss3H78y6OiP/s1600/x1115.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj593J7Ub5uV9fGdZBRU1pAPSaa_NcvLtOg0wGVU69YqTQ8aEgjzt5kDlAjZT4NAG1nO8MGP3hgoJdQo5EsqolySGmFz61B0r_6VIqgsYwtzPmkQ9o5j4EM6kNQLFkLJeCHwss3H78y6OiP/s1600/x1115.jpg" height="238" width="320" /></a></div>
<br />Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-67964740451315988302014-09-06T10:07:00.001-07:002014-09-06T10:07:24.340-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjI28mC1z8FpYdTF8hsftYvQxeDWwA4qydST3XUeZvcMVsskiToa3uby7lMYmeSsT_Fz5nxo2WujVqIBLh0iLMIz1VjGQ9F-xxBgfYWrflBaCyhlv8p6IyyeAxGK5dKHgM_5eDUymVHbTF/s1600/x47.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjI28mC1z8FpYdTF8hsftYvQxeDWwA4qydST3XUeZvcMVsskiToa3uby7lMYmeSsT_Fz5nxo2WujVqIBLh0iLMIz1VjGQ9F-xxBgfYWrflBaCyhlv8p6IyyeAxGK5dKHgM_5eDUymVHbTF/s1600/x47.jpg" height="320" width="208" /></a></div>
<br />Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-24831019338884798552014-09-05T20:22:00.001-07:002014-09-05T20:22:40.412-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmds2JO1AowM3uIH4K0YgEzXpLAILwMKbo47XTTI6FRpFfFHL2IkimVKeDKkl1mnxnX2aaGFwyFEEsJxxOgLDaMzhNhuuJ7vKRinT62lXqYPBooT4EjL_I7-AbbiA0Dscd30t2Oi7Mq2rM/s1600/x911.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmds2JO1AowM3uIH4K0YgEzXpLAILwMKbo47XTTI6FRpFfFHL2IkimVKeDKkl1mnxnX2aaGFwyFEEsJxxOgLDaMzhNhuuJ7vKRinT62lXqYPBooT4EjL_I7-AbbiA0Dscd30t2Oi7Mq2rM/s1600/x911.jpg" height="255" width="320" /></a></div>
<br />Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-3165993434531907532014-08-28T19:55:00.001-07:002014-08-28T19:55:38.929-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi46PTtwl-0f7QVOxrvnfjf2ut9WrhkGrvGmRu_qxYQH9-2Kusrrhve-YU_2FXgR9Y1vWVIdxMbsHVjJaqUolUxZz3BuGtCwCRD70aknV816fNUCX1O1Q7y23BfV3dqEDHyXFMz9FKlDSFx/s1600/x77.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi46PTtwl-0f7QVOxrvnfjf2ut9WrhkGrvGmRu_qxYQH9-2Kusrrhve-YU_2FXgR9Y1vWVIdxMbsHVjJaqUolUxZz3BuGtCwCRD70aknV816fNUCX1O1Q7y23BfV3dqEDHyXFMz9FKlDSFx/s1600/x77.jpg" height="320" width="320" /></a></div>
<br />Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-50795621662217833622014-08-20T18:09:00.000-07:002014-08-20T18:09:13.753-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinwj6UOUgsx3FSh7EBNJLZ50HLgBxxDcdJbrK_iZnQ9tINjXPJNStFIcQnsuBb2OpJ8j9M5_ACOsvcdxO-EUBXzoc-XmAGf37Qe4SOmKVc1ogyHslzTWQxM8eMmm0nlAnHzEHSjGM2muER/s1600/x30.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinwj6UOUgsx3FSh7EBNJLZ50HLgBxxDcdJbrK_iZnQ9tINjXPJNStFIcQnsuBb2OpJ8j9M5_ACOsvcdxO-EUBXzoc-XmAGf37Qe4SOmKVc1ogyHslzTWQxM8eMmm0nlAnHzEHSjGM2muER/s1600/x30.jpg" height="320" width="231" /></a></div>
<br />Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-16086771289551391242014-08-12T09:30:00.001-07:002014-08-12T09:30:01.431-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilZL6uHKE9aGZw0QKFlOUAGFbnjAvYiXPzBxovXuUFKfbDYNX1QmvAoTp9CGQDbq_lvt9TS8mfA_EUm08vBT4fwBh4PYmK9YBN8B2p_YLYfsnEh9vYvgSQ8XB_ZYgC1yIfeAYaWpIYTbh0/s1600/x19.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilZL6uHKE9aGZw0QKFlOUAGFbnjAvYiXPzBxovXuUFKfbDYNX1QmvAoTp9CGQDbq_lvt9TS8mfA_EUm08vBT4fwBh4PYmK9YBN8B2p_YLYfsnEh9vYvgSQ8XB_ZYgC1yIfeAYaWpIYTbh0/s1600/x19.jpg" height="282" width="320" /></a></div>
<br />Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-59278655022347321592014-08-09T11:38:00.005-07:002014-08-09T11:38:40.495-07:00A IN-DISCIPLINA DO AMOR<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #37404e; line-height: 20px;">O amor é a anulação do ego. Ao menos em parte, ou completamente. Quem ama, mais ou menos intensamente, entrega parte de si pela felicidade alheia. E encontra prazer nessa dádiva. Alguns se anulam na entrega, tornam-se doentes de amor, perdem a si mesmos como referencial e se tornam insuportáveis. Mas aquele que tudo pede e nada entrega é igualmente intolerável.</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; line-height: 20px;"><br />Os extremos de egoísmo e de amor, são ambos indesejáveis. Um não respeita o próximo, o outro não respeita a si mesmo. O melhor caminho, como sempre, é o "caminho do meio". Metade de amor para mim, metade para você, numa reciprocidade que não exige interpretações.<br />As escolas podem e devem falar sobre sentimentos. Os professores do futuro estarão preparados para conversar com seus alunos sobre essas coisas. São a parte mais importante de nossas vidas. É um absurdo que os alunos devam aprender sobre guerras, logaritmos e moléculas, mas nada lhes contem sobre os sentimentos humanos.</span></span>Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-49574087202559940812014-07-28T06:56:00.001-07:002014-07-28T06:56:59.369-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJDU_wBjowfqrYU4o4I-fsjom34YjyJdjz1qL5R_0FcfIQLYNkAahVYmVUDUw_BqhNRUiYEzPevFwAqWLBfks9kbI8mSgVTKcJay1CBNOgNl6WjBWKMn82SVrlzaqx8I48xP5FhQeY7BNQ/s1600/Blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJDU_wBjowfqrYU4o4I-fsjom34YjyJdjz1qL5R_0FcfIQLYNkAahVYmVUDUw_BqhNRUiYEzPevFwAqWLBfks9kbI8mSgVTKcJay1CBNOgNl6WjBWKMn82SVrlzaqx8I48xP5FhQeY7BNQ/s1600/Blog.jpg" height="199" width="320" /></a></div>
<br />Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-73760973631123761432014-07-23T10:20:00.001-07:002014-07-23T10:20:48.322-07:00CHEGA DE "TAPAÇÃO DE BURACOS"<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">(Chico Guil - candidato a deputado estadual nº 43003)</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">A Assembleia Legislativa do Paraná está repleta dos velhos
sobrenomes. Os filhos dos políticos antigos sempre se apresentam nas eleições
como o “novo”. Mas trazem todos os vícios praticados por seus pais e avós,
votando contra a população e a favor dos grandes grupos econômicos. Eles não
têm projetos consistentes para mostrar ao eleitorado, porque não é esse o seu
objetivo. Falam constantemente de partidos, de acordos e de conchavos. Mas não
se vê um deles expondo projetos com a clara intenção de melhorar a vida das
pessoas. Nas reuniões partidárias falam muito sobre “como vencer a eleição”,
mas nada dizem sobre o que farão depois da vitória!</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Os políticos tradicionais (ou seus herdeiros) querem que
tudo fique como está, pois encontram-se bem assentados em seu mundo de
superconforto e superaventuras. Não apresentam projetos para um País melhor, um
Estado mais justo e uma cidade mais agradável, pois vivem naqueles castelos
inexpugnáveis, onde tudo é perfeito e maravilhoso. E com sua inércia acabam nos
convencendo de que “as coisas são assim porque devem ser”. As velhas ideias vão
sendo refinadas, com fins exclusivamente eleitoreiros, e nada de novo acontece.
Os poucos recursos direcionados pelo governo estadual aos municípios não são
apresentados como parte de um projeto amplo, bem pensado e bem dirigido. Uma
ponte aqui, uma escola ali, uma estrada acolá. É uma “tapação de buraco” sem
fim e sem objetivo, senão o de atender a uma clientela eleitoral. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Apesar desse tradicional pessimismo, a vida renasce todos os
dias, dizendo Sim! Sim, nossos dias podem ser mais saborosos e divertidos! Sim,
podemos ter escolas melhores e mais ambiente de lazer. Sim, podemos criar mais
espaços para a convivência e mais oportunidades para a realização pessoal.
Chega de construir cidades para o sofrimento! As pessoas querem trabalho digno,
mas não apenas isso. Querem vida, querem paz, querem acreditar em seus sonhos!
Nossas cidades devem e podem ser melhores. Mas se queremos mudanças, precisamos
antes mudar o nosso modo de votar.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Os novos deputados devem apresentar projetos com o objetivo
de inovar o modo de gerenciar o Estado, com repercussões positivas nas cidades
e no campo. Precisamos de parlamentares que se proponham a elevar a vida dos
cidadãos em níveis mais inteligentes e eficientes. Mas onde estão esses
políticos que farão a difícil transposição da utopia para a realidade, da vida
ruim para uma vida de qualidade?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Cidadãos conscientes e bem intencionados se candidatam em
todos os pleitos, com o firme propósito de mudar nossa realidade para melhor.
Mas eles quase sempre ficam para trás na contagem dos votos. Porque não aceitam
fazer o jogo sujo da política tradicional e, acima de tudo, não compram votos.
Em consequência, a grande massa eleitoral vai para os malandros de sempre,
aqueles que fazem o jogo, que compram e vendem almas, que investem fortunas em
suas campanhas. E que depois de eleitos trabalham para manter no poder os
grandes grupos econômicos.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Chega de dizer que “a política é suja” e fugir dela! Os
responsáveis somos nós, que votamos em pessoas que não pensam duas vezes antes
de sujar as luvas de seda. Está na hora de passar de fase, de virar o disco e
ver o que tem do outro lado... está na hora das pessoas decentes assumirem
posições na esfera política e dar um basta ao discurso viciado e à falta de
iniciativa dos políticos tradicionais.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Se você concorda com o que acabou de ler, vote em mim. Vou
honrar o seu voto, criando projetos para a melhoria da vida nas cidades e no
campo, intermediando o diálogo entre a população e o governo estadual e
fiscalizando a execução das obras para que aconteçam na forma da lei. </span></div>
<span style="font-size: 11pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Obrigado!</span></span>Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-83432074194698591202014-07-14T10:47:00.000-07:002014-07-14T10:47:06.575-07:00UTOPIA X REALIDADE<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O político brasileiro trabalha com medo. O medo de ser apanhado em falcatruas, ou o medo de não obter a reeleição. Está sempre tenso, oferecendo sorrisos nada sinceros, falando de partidos, de acordos, de conchavos. Durante a campanha os políticos tradicionais não falam de planos de governo (exceto em programas eleitorais, onde são chamado a apresentar propostas). Falam sobre “como vencer a eleição”, mas nada dizem sobre o que vão “fazer depois de ganhar a eleição”.</span></div>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; text-align: justify;">O medo do político reflete o medo que está impregnado em nossa sociedade. Vivemos um momento de grande fartura material, mas não estamos satisfeitos. Por que, se nossa mesa é farta, se temos casas confortáveis? Se temos automóveis, ônibus e aviões que nos transportam aos quatro cantos do mundo? Os aparelhos tecnológicos nos põem em contato permanente uns com os outros e nos propiciam as mais inusitadas sensações através de filmes e jogos. Mas tudo isso ainda não basta! Por quê?</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Talvez porque temos sede de plenitude. Temos medo que a vida passe e acabemos descobrindo que não fizemos com ela o que gostaríamos de fazer.</span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas só temos uma oportunidade, então precisamos enfrentar o medo e apostar na alegria! Apesar de todos os pessimistas, a vida renasce todos os dias, dizendo Sim! Sim, nossos dias podem ser mais saborosos e divertidos! Sim, podemos criar mais oportunidades para os encontros, para a descontração e o lazer. Chega de construir cidades para o sofrimento! Chega de construir cidades para o reinado dos automóveis! Apesar de tudo que dizem sobre “qualidade de vida”, a vida das cidades é ruim. Os refúgios são os bares e os shoppings! Não é um absurdo? Mas o absurdo tornou-se normal!</span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Os próximos governos terão de repensar o modo de gerir as cidades. Precisamos de parlamentares que pensem constantemente em melhorar a vida dos cidadãos (utopia). Mas eles passam quatro anos pensando num modo de se reeleger (realidade). Onde estão os políticos que vão fazer a difícil transposição da utopia para a realidade?</span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Cidadãos inteligentes e bem intencionados se candidatam em todos os pleitos, mas sempre ficam para trás na contagem dos votos. Tudo porque não aceitam fazer o jogo sujo da política tradicional. Não aceitam acordos espúrios, não apertam a mão dos bandidos, não prometem o impossível e, acima de tudo, não compram votos. Em consequência, a grande massa eleitoral vai para os malandros de sempre, aqueles que fazem o jogo, que compram e vendem almas, que investem fortunas em suas campanhas. E que depois de eleitos trabalham para manter no poder os grandes grupos econômicos do Estado e do País.</span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não somos mais crianças, por isso chega de dizer que “a política é suja”. É suja porque votamos em pessoas que não pensam duas vezes antes de sujar as mãos. Está na hora de passar de fase, de virar o disco e ver o que tem do outro lado... está na hora das pessoas decentes assumirem posições na esfera política e acabar com o discurso miúdo e ridículo dos políticos tradicionais.</span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Se você concorda com o que leu acima, vote em mim. Não lhe prometo nada, apenas isto: que a Assembleia Legislativa do Paraná nunca mais será a mesma depois que eu passar por ela. Obrigado!</span></div>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; text-align: justify;">Chico Guil, candidato a deputado estadual – Número 43003 CNPJ /PV</span>Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3424063945492280148.post-29779282666760266252014-05-01T13:48:00.000-07:002014-05-01T13:48:21.018-07:00BANANA, A FRUTA<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Poucos dizem, mas parece que todos sabem que a banana é o alimento mais completo, depois do leite. Macacos comem bananas porque são inteligentes. É uma fruta deliciosa e super-nutritiva. Mas a mente humana é doente. Pessoas têm medo de associar sua origem animal à dos macacos, embora as evidências sejam incontestáveis. Há inúmeros crânios apresentados pela paleontologia que demonstram nossa evolução, desde as algas, passando pelos paramécios, lagartos, tatus-bolas, cavalos, orangotangos, Einstein!</span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Agora me diga, leitor, por que tanto medo disso? A resposta é simples: porque as pessoas acreditam que foram criadas por um Ser Infalível — aquele a quem rezamos todos os dias e que nunca dá as caras por aqui. Fomos criados com esse formato: duas pernas, dois braços, um nariz e uma mente capaz de conceber o estupro, os filmes de terror e o genocídio. E tudo que está à margem desse conhecimento é uma afronta! Mas o problema não é somente esse. Quando falamos sobre “evolução natural” nos enchemos de medo de que a prosa sobre o mundo sobrenatural seja somente uma fábula. As pessoas acham que para manter a fé em Deus é preciso acreditar na lenda de Adão e Eva. Não acreditam, é claro, mas fingem acreditar, para não serem excluídos da sociedade mentirosa em que vivem.</span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Os europeus em geral sempre foram muito preconceituosos. Há relatos nojentos de suas atitudes contra pessoas consideradas de outras raças, principalmente contra os negros. E o motivo é visível. Macacos em geral são negros. Os narizes dos macacos são naturalmente achatados, muitos deles nem têm nariz, têm apenas dois furos que conduzem aos ductos nasais. Os negros em geral têm nariz achatado. E os Europeus, com seus narizes cada um mais feio que o outro, consideram que nariz reto, torto, em forma de anzol, com formato de corcova de camelo ou qualquer outro ainda mais ridículo é normal, mas nariz achatado não, é uma afronta à estética ocidental! Estou falando de nós, europeus, que nos espalhamos pelo mundo levando nosso racismo e nossa violência contra todos os povos da Terra.</span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Dizem que os negros têm um cheiro diferente do cheiro dos brancos. É claro que têm! Um chinês cheira diferente de um polaco. Da mesma forma como um gato siamês cheira diferente de um angorá. Todos cheiramos diferente uns dos outros — por isso vivemos nos estranhando — mas quem pode provar que o cheiro de um é melhor que o cheiro do outro? Os brancos costuma(va)m dizer que os negros não gostam de trabalhar. É possível que não. Viviam da coleta de frutos em sua terra natal, quando fomos lá e os arrancamos na marra, na base do chicote e do garrote para que limpassem as nossas latrinas, amamentassem nossos filhos, servissem de objeto sexual e de objeto de nosso sadismo por quatro séculos. Agora queremos que sejam trabalhadores exemplares, objetivos, inteligentes e cultos, como somos nós, os grandes heróis europeus. Ora, dá licença!</span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Os negros evoluem em todas as comunidades ao redor do mundo dentro de suas possibilidades. Quando foram libertados dos grilhões foram deixados à beira da estrada sem um tostão no bolso e safaram-se criando favelas em redor das cidades. Queríamos que ficassem bem quietos lá, mas eles saíram! Muitos tornaram-se cidadãos exemplares, trabalhadores, juízes e até mesmo milionários. Muitos tornaram-se bandidos.</span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Os negros nos perturbam. Não porque são o que são, mas porque nós, brancos, somos o que somos: medrosos, mesquinhos, covardes e egoístas. Quando decidirmos pagar aos negros a dívida de 400 anos de exploração do seu trabalho, da sua dor, da sua humilhação e da sua morte, talvez as coisas começarão a sair do zero.</span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Nossa noção de “ser humano” é que merece uma banana. Aquela representativa de desprezo, não a banana de verdade, que é a melhor dentre todas as frutas.</span>Chico Guilhttp://www.blogger.com/profile/04647137297555564569noreply@blogger.com0