domingo, 1 de novembro de 2009

ADORNO


O amor pede um adorno,

mil fitas entrelaçadas
nas bordas da pele,
correntinhas e rendilhas dependuradas,
transbordando purpurina.
Enfeites de pétalas secas de girassóis,
colares de contas de vidro,
franjas pintadas nas mangas,
vermelhas nos punhos
envoltos em seda e veludo.
Talco nas faces, perfume de tangerina,
coroa e brincos iguais ao colar.
O amor se enfeita como noivo
ávido de beleza e esperança,
o que lhe é mais caro.
A dor do amor caminha no sangue,
trafega nos braços,
se aloja nos ossos.
Enquanto remédio ou veneno,
o amor está sempre
em sua máxima medida.

Nenhum comentário: