Ser contra a liberação das drogas faz parte do
papel da boa família cristã. Parabéns aos que lutam pelos seus filhos e contra
os traficantes. Mas nesse caso há outras questões a considerar. Se mantemos a
proibição, a piazada continuará fumando maconha às escondidas da família e se
perdendo pelos becos da periferia em busca de um pacote da droga. E o
narcotráfico agradece. Quem é contra a liberação
precisa entender que no Brasil, como em todo mundo, quem quer droga tem droga,
independentemente do número de apreensões pela polícia. A liberação tiraria o
pé de apoio do narcotráfico, milhares de pessoas deixariam de ser assassinadas
todos os anos. O trabalho mais difícil não está sendo feito pelas famílias que
se arvoram contra a liberação: conversar com os filhos sobre as drogas. Aliás,
poucos pais estão capacitados para conversar com os filhos sobre isso. As
secretarias de Educação e de Saúde deveriam promover cursos para ensinar aos
pais como conversar com os filhos sobre as drogas. Pois é um assunto complicado,
e muito pouca gente está disposta a abrir o debate. Os drogados não são vítimas
das drogas, são vítimas da nossa omissão, ignorância e covardia.
Um comentário:
Não concordo com vc, Chico Guil! A liberação traria mais descaramento do que já se vê por aí. Seria horrível passar pelas ruas e ver usuários de drogas aos bandos fazendo uso dessa praga e tendo, sabe Deus, que comportamento?! A conversa com os filhos deve ser desde a sua mais tenra infância, explicando o quanto é ruim para a humanidade todo e qualquer tipo de vício. A criança com toda naturalidade cresce sabendo que o dedinho naquela tomada não pode pôr. Assim, não precisamos de mestres da disciplina para dar palestras sobre como falar o que nunca foi dito antes, pois se vc não tem diálogo com seu filho desde cedo, o mestrado chega tarde demais...
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