O TEMPO EXISTE, NA TUA CABEÇA
Tudo que conhecemos é relação. Através da observação dos relacionamentos que os objetos mantêm entre si, podemos visualizar o tempo, esse elemento físico vaporoso, intocável e transparente. Estudando o espaço, e a maneira como nele os objetos se movimentam, afastando-se, aproximando-se e interagindo uns com os outros, até somos capazes de manipular as horas, como se elas fossem, de fato, algo concreto e palpável. Mas não são as horas que manipulamos, e sim, os objetos que a elas relacionamos.
Quando Einstein disse que “o tempo não existe”, na verdade quis dizer que “o homem criou o tempo”.
Para entender melhor, imagine que você está a cinco quadras de casa. Vai demorar dez minutos até chegar em frente ao portão. A sua noção de tempo vai ficar ainda mais nítida se você contar os passos. Mas a sensação da passagem do tempo nada mais é do que a passagem dos espaços. A cada passo, a paisagem à sua frente se modifica. Se você se concentrar em outra coisa, uma lembrança ou um plano futuro, a paisagem desaparecerá. Será percebida pela sua retina e enviada até o cérebro, mas o cérebro estará ocupado com outra coisa. Estará pensando, por exemplo, onde estava a existência quando você não existia! Estará talvez pensando que Deus não desce mais até nós porque sabe muito bem o que fazemos com as criaturas aladas. E quando você vê, está diante do portão da sua casa, surpreso por ter chegado tão rápido! E você pensa: “Nossa, o tempo passou tão rápido!”. Mas o tempo não passou. O que aconteceu foi que você anulou o a sua sensação de tempo. O espaço daquelas cinco quadras foi substituído por uma fantasia, um pensamento, uma alegoria, e o tempo desapareceu.
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