segunda-feira, 29 de abril de 2013
MAIS UMA SOBRE O BEM E O MAL
Todo dia ouço gente falando do Bem e do Mal. Mas você sabe de onde vem o Mal? Se quer uma pista, dê uma olhada numa flor de tabaco, numa dessas numerosas plantações em redor da nossa cidade. Não é uma das mais belas flores, considerando alguns abusos da Natureza na confecção de certas obras de arte. No entanto, apesar de sua simplicidade e singeleza, ela não deixa de ser muito bonita. Perfeita, inocente e exuberante, um desejo de vida. Como toda floração, busca subir acima das folhagens circunvizinhas para receber mais luz. Plenitude que ascende desde o amarelo até o lilás, desdobrando-se em cálice de cinco pontas, uma expressão da divindade, que quer atrair insetos para a polinização e fertilização. Ela não possui nenhum conhecimento sobre o “Mal”, não possui nenhuma instrução demoníaca. A flor do tabaco segue todas as regras que lhe são impostas pelas tradições das coisas do mato, proporcionando a reprodução de um vegetal que quer simplesmente viver, porque está vivo! Industrializadas, transformadas em fumo, em fumaça, em veneno, suas folhas produzirão o câncer e outras doenças pulmonares. Mas não é o tabaco o que mata o homem. É o homem que mata o homem. É o homem que produz o Mal para si mesmo. A planta não sai do campo para mandar o homem industrializá-la e incinerá-la. Se a mão do homem não arrancasse a folha de tabaco, não a transformasse em cigarros e charutos, não a queimasse e não respirasse as fumaças dessa destruição, ela não mataria o homem. E o tabaco seria somente mais uma, entre tantas plantas do mato, com suas folhas largas, com seu gosto amargo, com suas flores singelas.
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