O cinema norte-americano coloca diante das crianças de cinco
ou dez anos aquelas faces de seres irreais, monstruosas, terríveis. Pode-se
dizer que isso é também criação humana. É verdade: criação de gente doente com
o propósito de enriquecer os estúdios de Hollywood, tão somente isso. Causam
traumas que não saberemos curar. Parece que tudo fica normal depois do filme,
mas não. Eles ferem nossos filhos com suas paranóias, seus demônios. Não posso
ver nisso nada de saudável. As coisas ruins deveriam ficar longe de nossos
olhos, sim, o maior tempo possível.
Ao contrário do que muitos pensam, uma planta não se alimenta da podridão. Ela se alimenta da terra, depois que a podridão foi consumida e transformada. Se queremos apresentar às crianjças os aspectos negativos e perversos da humanidade, será melhor elaborar o terror, o horror, antes de colocar diante de seus olhos.
Você pode me dizer que tenho a prerrogativa
de impedir meus filhos de ver filmes de terror. Mas eles visitam os amigos!
Nunca temos o controle que gostaríamos, para dar a eles uma vida completamente
saudável. E aqui e ali eles haverão de encontrar essa doença norte-americana
chamada “filme de terror”.
A única forma de tirar essas porcarias da cabeça das
crianças é ridicularizar os monstros e fantasmas. No instante em que você
finaliza uma história em que essas tristes figuras são postas como seres
ridículos, a criança se sente aliviada. Riu um bocado, está com os olhos
molhados de lágrimas, e nessas lágrimas está todo o amargor daquela descoberta
de que o mundo é satânico, maldoso, estranho, sinistro e cruel. Pois todos sabemos que o mundo em que vivemos é um paraíso, mesmo que algumas vezes tome as cores do inferno.
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