quarta-feira, 15 de maio de 2013

UM NOVO CHIP


 
Até poucos anos atrás, moderno era comer pão feito com farinha branca. Ela parecia mais limpa e higiênica, e atendia ao esforço da família burguesa para integrar-se aos conceitos sociais. Os produtos industrializados eram o suprassumo da modernidade. Os pobres comiam broa de farinha bruta, com aquela casquinha da semente de trigo que faz escurecer o produto. Depois descobriu-se que a casquinha era não somente nutritiva, como também auxiliava no processo de tramitação dos alimentos pelos labirintos digestivos. E o pão escuro ganhou as prateleiras das padarias mais respeitadas. Acrescentou-se sementes de espécies variadas de cereais para dar ainda mais consistência ao produto. Pão branco, hoje, é o pão do pobre, não somente porque é mais barato, mas também porque o pobre nem sempre está bem informado sobre certos detalhes nutricionais.
Os velhos conceitos estão caindo. Os homens modernos e bem informados estão aprendendo que a sexualidade alheia deve ser respeitada; que a crença dos outros têm sua razão de ser; que as singularidades físicas de cada etnia não podem ser motivo de gozações.
Os programas mentais multiplicaram-se rapidamente nos últimos anos, proporcionando à humanidade a aceitação de realidades até há bem pouco tempo intragáveis. Até a década de 1960, mulheres trajando calças compridas eram tidas como abusadas, quando não eram condenadas pelas instâncias religiosas tradicionais e pelos cidadãos conservadores. Passadas poucas décadas, se algum indivíduo fizer a mesma crítica, será considerado um perfeito idiota.
O que mudou? O pão preto ficou mais saboroso que o branco? De repente Deus resolveu que as mulheres estavam liberadas para usar calças? Ou foi um novo programa que o Criador instalou na cabeça dos homens?

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