Até poucos anos atrás, moderno era comer pão feito com farinha branca.
Ela parecia mais limpa e higiênica, e atendia ao esforço da família burguesa
para integrar-se aos conceitos sociais. Os produtos industrializados eram o
suprassumo da modernidade. Os pobres comiam broa de farinha bruta, com aquela
casquinha da semente de trigo que faz escurecer o produto. Depois descobriu-se
que a casquinha era não somente nutritiva, como também auxiliava no processo de
tramitação dos alimentos pelos labirintos digestivos. E o pão escuro ganhou as
prateleiras das padarias mais respeitadas. Acrescentou-se sementes de espécies
variadas de cereais para dar ainda mais consistência ao produto. Pão branco,
hoje, é o pão do pobre, não somente porque é mais barato, mas também porque o
pobre nem sempre está bem informado sobre certos detalhes nutricionais.
Os velhos conceitos estão caindo. Os homens
modernos e bem informados estão aprendendo que a sexualidade alheia deve ser
respeitada; que a crença dos outros têm sua razão de ser; que as singularidades
físicas de cada etnia não podem ser motivo de gozações.
Os programas mentais
multiplicaram-se rapidamente nos últimos anos, proporcionando à humanidade a
aceitação de realidades até há bem pouco tempo intragáveis. Até a década de
1960, mulheres trajando calças compridas eram tidas como abusadas, quando não
eram condenadas pelas instâncias religiosas tradicionais e pelos cidadãos
conservadores. Passadas poucas décadas, se algum indivíduo fizer a mesma
crítica, será considerado um perfeito idiota.
O que mudou? O pão preto ficou mais saboroso
que o branco? De repente Deus resolveu que as mulheres estavam liberadas para
usar calças? Ou foi um novo programa que o Criador instalou na cabeça dos
homens?
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